A doença que já afetou 14.1 milhões de pessoas e levou vida de 8,2 milhões delas, não é nenhuma novidade. Ela já é conhecida no mundo todo e não pretende parar. Mas, afinal, o que é um câncer?
A história dessa doença vem desde a Grécia Antiga, quando o pai da medicina, Hipócrates, foi o primeiro a chamar algumas massas estranhas nas peles das pessoas de “carcinos” e “carcinoma”, o que conhecemos atualmente como tumores. Tempo depois, o médico grego Galeno citou pela primeira vez o caráter destruidor que a doença tinha, a considerando incurável. Galeno, ao analisar um tumor de mama, percebeu seu formato parecido com um caranguejo, ou em grego “karkinos”, que dá origem à palavra “Câncer”. No século XX, devido à falta de conhecimento, pessoas acreditavam que a doença estava relacionada com sujeira e higiene precária, e até a consideravam contagiosa, contudo, essas afirmações não são verdadeiras.
Câncer é o crescimento anormal de algum tipo de tecido, causado pela divisão incontrolável de células anormais, em alguma parte do corpo humano, ou neoplasia [imagem 1], e as massas, que são consequência desse crescimento anormal das células, são os tumores (possivelmente considerados malignos ou benignos).
O câncer é classificado de acordo com sua origem embriológica, sendo os quatro tipos mais famosos [2]: Carcinoma, que tem origem no tecido epitelial, é um tumor maligno de tecido de revestimento tanto interno quanto externo do corpo, como a mama, próstata, fígado, entre outros; Sarcoma, que surge no tecido conjuntivo presente em ossos, músculos, cartilagens, nervos, fibras e gorduras corporais; Linfoma, que origina nos linfonodos do sistema linfático; Leucemia, que surge em tecidos sanguíneos e formadores de sangue (como a medula óssea).
Como já sabemos os principais fatos sobre o Câncer e um pouco de sua história, é normal nos perguntarmos, como o câncer se forma? O câncer é uma doença genética, que é causada por um acúmulo de variações prejudiciais no genoma ao longo da vida de um indivíduo, ou seja, apenas uma mutação não é o suficiente para a formação de um tumor. Após ocorrerem essas mutações genéticas, ou seja, uma série de alterações no DNA, a célula passa a receber instruções erradas para suas atividades, instruções estas que estão contidas no material genético de qualquer ser humano (agora mutado).
Podemos dividir o processo de formação do câncer em cinco partes após fazer-se uma análise microscópica das estruturas de tecidos cancerígenos [3].
Primeiro, temos a estrutura celular normal, com organismos alinhados e organizados uniformemente, com seus núcleos celulares normais, da forma que eles devem ser. Quando uma ou mais células normais entram em contato com agentes causadores do câncer, elas lentamente começam a acumular mutações perigosas. O processo de origem do câncer pode demorar anos e, quando finalizado, temos a formação de células cancerígenas e o início dos processos de instalação e progressão da doença.
Depois, há o aumento do número de células no tecido. Nessa fase, seus núcleos começam a ficar um pouco atípicos/anormais, como pode ser observado na segunda parte da imagem 3. Esta fase é chamada de Hiperplasia.
A próxima etapa é a Displasia Leve, que acontece quando as células começam a se agrupar, proliferar rapidamente, e a ficar com núcleos visivelmente anormais, como é possível observar na terceira parte da imagem 3.
Após haver uma Displasia, temos a etapa do desenvolvimento do câncer que é conhecida como “carcinoma in situ" ou em português, câncer no lugar. Nesta, as células estão já se multiplicando de forma incontrolável, pior que a da Hiperplasia e Displasia, e seus núcleos estão modificados e anormais, processo representado no quarto desenho da imagem 3.
Nós podemos começar a identificar essas massas como cânceres ou tumores malignos quando estas se tornam invasivas. Isso ocorre por meio de um processo chamado de metástase, que acontece quando o tumor se prolifera em outros pontos do corpo além de seu lugar de origem, invadindo e prejudicando a função de outros órgãos. Esse processo está representado na quinta parte da imagem, e é o que faz com que o câncer seja uma doença tão difícil de curar.
Muitas vezes, ficamos intimidados com todas essas informações, entretanto, existem diversas ações que podemos evitar para diminuirmos nossas chances de ter câncer. Ter uma dieta que é baixa em carne vermelha e alta em fibras, evitar obesidade, se manter fisicamente ativo e evitar uso de álcool em excesso (para esquivar-se da cirrose, causador principal do câncer de fígado), são fatores de risco comuns. Contudo, a principal ação causadora é fumar.
Outros feitores de risco incluem tabagismo, alterações hormonais, a genética específica de cada paciente (um exemplo seria que o gene BRCA1/BRCA2 em mulheres as propiciam a ter maior chance de ter câncer de mama), radiação, estresse, idade, entre outros.
No futuro é previsto para se ter mais números de câncer, pois, como a expectativa de vida de nossa população está aumentando, mais pessoas desenvolverão tumores, sendo visionado cerca de 21 milhões de casos e 12 milhões de mortes até 2030.
Infelizmente, ainda não se encontrou uma cura nem um método de tratamento eficiente para todos os diversos tipos de Câncer, porém, com os avanços da tecnologia e da pesquisa moderna, é possível que consigamos encontrar a cura do câncer em pouco tempo.
REFERÊNCIAS:
1- Instituto Nacional do Câncer (INCA):
2- Instituto Oncoguia:
5- Curso de introdução a Biologia do Câncer de Johns Hopkins
Informação ajuda na prevenção. Parabéns pela matéria
👏👏👏👏 excelente!!! Parabéns, Thomas! Adorei o histórico que você fez! Que orgulho!♥️♥️♥️
Adorei, muito informativo! Parabéns!