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  • Luanna Souza Gama

As misteriosas sombras de Hiroshima


Autoras:

Luanna Souza Gama

Gabrielly Cayres Marques

Ana Letícia de Sousa Setúbal Monteiro




Um clarão mais branco do que o Sol atingiu os olhos de milhares de japoneses, matando 70 mil instantaneamente, em menos de um segundo. O culpado? “Foi o garotinho, menininho, gurizinho”, que de “inho” e suave não tinha nada.


Figura 1: "Explosão de Hiroshima, fumaça em em formato de cogumelo formada”



A bomba “little boy” (em tradução livre do inglês "pequeno garoto"), desconhecida até a manhã de 6 de agosto de 1945, foi a maior destruidora de famílias, vidas e sonhos. O cenário global da Segunda Guerra Mundial era o cenário global, a guerra na África e Europa já elucidada, mas ainda pendurava no pacífico, entre o Japão e os EUA. Pouco tempo antes do lançamento da bomba em Hiroshima, uma cúpula de cientistas (alguns vindos da Alemanha, rendida após o suicídio de Hitler) estava trabalhando na produção da bomba atômica, e, por decisão do governo estadunidense, essa seria utilizada para promover uma rendição mais breve do Japão.


E assim se deu o processo da arma de guerra mais cruel já utilizada. O “molequinho” pesava mais de 4 toneladas e media mais de 3 m, com 72 quilos de urânio 235, um dos elementos mais radioativos descobertos até hoje. O funcionamento da bomba pode parecer até simples: havia um projétil com parte desse urânio, que no momento da explosão, deveria disparar em um alvo maior com o restante do mesmo material, assim, gerando um processo de fissão (processo que o núcleo atômico é bombardeado com nêutrons, assim, liberando uma grande quantidade de energia térmica, às vezes desencadeando uma explosão), e foi isso que aconteceu, o calor liberado foi extremo (extremo mesmo, cerca de 10 vezes mais infernal do que a temperatura média de Vênus!).


Figura 2: "Estrutura interna da bomba Little Boy"



Cerca de 100 mil pessoas morreram imediatamente naquele dia, mas outras milhares faleceram posteriormente por consequência da radioatividade expelida no evento. Tal explosão nuclear tem uma capacidade gigantesca de gerar radiação que superaquece o concreto e provoca um efeito de clareamento. A explicação para as sombras de animais, prédios, objetos e pessoas presentes em hiroshima está na radiação emitida pela bomba, pois o nosso corpo e outros objetos (como animais ou inanimados) conseguem absorver essa luz e energia, fazendo com que as paredes e calçadas que estavam atrás daquelas pessoas não recebam tanta energia quanto as que estavam ao seu redor, provocando um efeito de clareamento em outros locais que não havia nada para impedir a passagem dessa energia e criando um tipo de sombra permanente naqueles lugares onde estavam pessoas ou outros objetos, registrando os últimos momentos de suas vidas.


A explosão nuclear tem uma capacidade gigantesca de gerar radiação que superaquece o concreto e provoca um efeito de clareamento. A explicação para as sombras de hiroshima está na radiação emitida pela bomba, pois o nosso corpo e outros objetos conseguem absorver essa luz e energia fazendo com que as paredes e calçadas que estavam atrás daquelas pessoas não recebam tanta energia quanto as que estavam ao seu redor, criando um tipo de sombra permanente e registrando os últimos momentos de suas vidas.


Figura 3: ’’exemplos das sombras formadas após a explosão“



É evidente que ficar exposto à radiação de uma bomba nuclear pode ser muito prejudicial à saúde. No entanto, o que muitos não sabem é que a radiação pode provocar dois tipos de danos ao corpo. Primeiramente, através do calor emitido, as células do corpo podem ser destruídas diretamente. O calor emitido é tão intenso que pode causar queimaduras mais severas do que a exposição prolongada ao sol, deixando a pele do indivíduo completamente danificada. Além disso, a radiação pode causar danos por meio da ionização. As partículas radioativas que atingem as células dentro do corpo provocam a ionização celular, resultando na fragmentação ou divisão das células. Isso pode levar a problemas de mutação genética, nascimento prematuro e má formação.


Figura 4: “explicação visual dos efeitos da radiação no corpo humano”


Os sintomas de curto prazo e baixas doses da exposição à radiação são as náuseas, vômitos e diarreia. Na sequência, aparece a dor de cabeça e a febre, e em casos mais severos, erupções cutâneas, queimaduras na pele e queda de cabelo. Esses impactos geralmente desaparecem por pequenos períodos, porém retornam dentro de algumas semanas. Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), é considerado um alto nível de exposição a partir de 75 radianos (0,75 Gy) em um curto espaço de minutos ou horas. Isto equivale a receber 18 mil radiografias de tórax de corpo inteiro em menos de uma hora. 


Figura 5: “foto de sobreviventes da explosão, a mulher apresenta parte do rosto queimado e desfigurado pela radiação”



Vale notar que, a dose de radiação de um raio-X é milhares de vezes menor do que a necessária para causar danos à pele ou doenças. Se a radiação for baixa, como é o caso da exposição aos raios-X para diagnósticos médicos, o corpo pode reparar os danos resultantes dessa exposição ao longo de um período prolongado de tempo. Portanto, não há nada de perigoso em realizar uma radiografia.


Contudo, em casos de doses mais altas, aparecem as lesões internas e externas e os tecidos e órgãos do corpo são seriamente danificados e em casos extremos, até mesmo a morte, como aconteceu com as vítimas da bomba "Little Boy". Ademais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição prolongada a esses níveis de radiação pode aumentar o risco de câncer, visto que radiações ionizantes de bombas atômicas criam íons que podem danificar o DNA das células, desencadeando um processo descontrolado de multiplicação celular em que células tumorais invadem  o espaço das células saudáveis e interferem no funcionamento normal do organismo.


As sombras deixadas em Hiroshima são um lembrete sombrio da tragédia que se abateu sobre a cidade em 1945. Elas representam o legado de destruição e sofrimento que ainda perdura após a Segunda Guerra Mundial. A radiação nuclear não apenas matou pessoas no momento da bomba, mas também causou problemas de saúde devastadores que são passados de geração em geração. É essencial lembrar e refletir sobre os horrores da guerra nuclear, não apenas como um aviso sobre o passado, mas como um apelo para construir um futuro sem armas de destruição em massa e focado em paz e segurança mundiais.







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