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Foto do escritorMax Mutz

Mitos e Mentiras: A importância do pensamento crítico na era da informação

Desde vídeos curtos a estudos mirabolantes, a ciência e seus divulgadores se dedicam incansavelmente a investigar e invalidar mitos e mentiras. O fácil acesso à internet e aplicativos de interação possibilitou a disseminação das famosas "fake news" (do inglês, notícia falsa) cada dia mais. A empresa de cyberssegurança Kaspersky elaborou uma pesquisa em fevereiro de 2020, que aponta que 62% da população do Brasil não sabe reconhecer uma fake news, mostrando que a situação é realmente grave no país.


Basta abrir uma rede social e já se encontra alguma propaganda, vídeo ou link para algum produto que, no mínimo, parece exageradamente milagroso e bom demais para ser verdade. São pílulas de crescimento de unhas e cabelos, medicamentos que prometem emagrecer e até mesmo curas milagrosas para diabetes. Esses métodos alternativos representam uma grande quantidade de conteúdo prejudicial presente nas redes,  e progressivamente surgem mais casos em que a própria ciência é colocada como vilã.


Figura 1


O mito é uma narrativa fantasiosa que busca explicar fenômenos naturais, eventos históricos, origens do mundo e da humanidade, bem como questões existenciais e morais.Na sociedade, principalmente nas redes sociais, os mitos (e mentiras), surgem como alternativa milagrosa para um problema existente que frustra a vida de muitos... Para solucionar esse "incoveniente", uma narrativa é criada para gerar alguma expectativa no leitor, com alguma intenção oculta de se aproveitar desse sentimento para algum propósito.


Pessoas em busca de sucesso nas redes são capazes de elaborar argumentos convincentes que, na comunidade certa, são considerados verdades. Isso faz com que pesquisas sérias ou descobertas importantes sejam deixadas de lado o para gerar inseguranças em assuntos já conhecidos e aceitos. Um exemplo disso foi durante a pandemia da COVID-19, onde notícias clamando que as vacinas eras carcinogênicas, tóxicas e poderiam levar a outras doenças negavam os estudos de universidades prestigiosas e pesquisadores dedicados para vender algum produto, que, segundo falsos especialistas, trataria a infecção. Assim, a dedicação dos canais de comunicação à elaboração de respostas a mentiras ou mitos tidos como erradicados é necessário para a maior disseminação de informações.


Podemos até mesmo levar de exemplo a pergunta: "O que os cientistas estão fazendo que ainda não inventaram esse produto?".


A realidade é que os cientistas estão em laboratórios refutando que não, colocar um alho no nariz não cura a diabetes, uma mentira que tem se propagado na internet. Uma pesquisa levantada pela Her Campus Media aponta que 51% dos jovens utilizam a rede social TikTok como fonte de informação. Embora a possibilidade de conteúdos extremamente elaborados esteja disponível, sua grande maioria traz conteúdos rápidos e superficiais, criando um círculo de disseminação de mentiras.


As redes sociais têm um impacto significativo na divulgação da ciência e na disseminação de notícias falsas. Elas priorizam a rapidez e a concisão, o que pode levar à superficialidade na comunicação científica. Além disso, os algoritmos das redes sociais criam bolhas de filtro, dificultando a disseminação de informações precisas. O sensacionalismo e a desinformação viral também são desafios. Para combater isso, é crucial que cientistas e comunicadores compartilhem informações precisas e eduquem o público sobre avaliação de fontes e verificação de fatos.


Levando à seguinte pergunta: por que essas bases de conteúdo são tão populares, fazendo com que não se tenha mais o pensamento crítico? O cérebro humano acaba buscando a solução  mais fácil e rápida. Isso é primitivo em todos os seres: economizar energia o máximo possível em suas atitudes. Considerando que um artigo exigirá do leitor uma base mínima de conhecimento para que seja compreensível, o pequeno vídeo traz uma informação que faz o telespectador ter o viés de aceitação em um vídeo de 1 minuto.


Por isso, se faz tão necessário que cada vez mais jovens se interessem pela divulgação científica. Embora sempre exista a disseminação de fake news, elas podem ser combatidas na mesma quantidade em que se espalham. Nos últimos anos, a ciência se provou capaz de responder a grandes dúvidas ou necessidades da humanidade, e sempre há espaço para maiores avanços. Por isso, se informar com fontes revisadas e confiáveis é o principal caminho para uma sociedade mais segura e com pensamento crítico.






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


[1] Iceberg Digital: Estudo revela que latino-americanos são os que menos sabem identificar notícias falsas na internet

Autores: Kaspersky e CORPA Data de publicação: Junho de 2020 Link para o estudo: https://www.kaspersky.com.br/about/press-releases/2020_62-dos-brasileiros-nao-sabem-reconhecer-uma-noticia-falsa


[2] Autores: Bastos, H. M., Abe-Matsumoto, L. T., Sampaio, G. R., & Bastos, D. H. M. Título: Suplementos vitamínicos e/ou minerais: regulamentação, consumo e implicações à saúde. Publicação: Ciência & Saúde Coletiva, 19(1), 127-135 (2014). DOI: https://www.scielo.br/j/csp/a/RZLbxy8Ngz8LnkFH6KyV7Wq/

Monteiro CA, Levy RB, Claro RM, Castro IRR, Cannon G. Increasing consumption of ultra-processed foods and likely impact on human health: evidence from Brazil. Public Health Nutr 2010; 14:5-13.


[3] Bailey RL, Gahche JJ, Miller PE, Thomas PR, Dwyer JT. Why US adults use dietary supplements. JAMA Intern Med 2013; 173:355-61.


Oakes ME, Slotterback CS, Bator T, Corrigan ER, Alaimo S, Vagner E. The vitamin mystique: an analysis of beliefs and reputations of vitamin supplements among a regional sample of grocery shoppers. Food Qual Prefer 2005; 16:151-5.


[4] Schroeter C, Anders S, Carlson A, Rickard B. The economics of health behavior and vitamin consumption. The economics of food, food choice and health. Freising: AAEA; 2010.


[5] Ministério da Saúde. Portaria no 32, de 13 de janeiro de 1998. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprova o regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de suplementos vitamínicos e ou de minerais. Diário Oficial da União 1998; 15 jan.


[6] Ministério da Saúde. Portaria no 40, de 13 de janeiro de 1998. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprova o regulamento que estabelece normas para níveis de dosagens diárias de vitaminas e minerais em medicamentos. Diário Oficial da União 1998; 15 jan.


댓글 1개


Kayky Conceição de Sousa
8월 29일

Ter a ideia de como usar o pensamento crítico nessa Hera e maravilhoso

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