Em 1901, o físico americano Robert H. Goddard afirmou que “é difícil dizer o que é impossível, pois o sonho de ontem é a esperança de hoje e a realidade de amanhã”. Desde então, os avanços tecnológicos foram prodigiosos e incrivelmente acelerados rumo a um futuro mais desenvolvido, no qual a produtividade, as tarefas e a vida em geral são plenamente melhoradas. Esse aprimoramento ocorre e se materializa por meio da Inteligência Artificial – também conhecida como IA.
O termo foi cunhado pela primeira vez em 1956 por John McCarthy, um cientista da computação conhecido como o “Pai da Inteligência Artificial”, cujas intenções na época eram desenvolver uma máquina que pudesse, de fato, florescer semelhante a um ser humano. Ele afirmou que as máquinas deveriam ser capazes de simular a maneira como os indivíduos pensam e resolvem problemas - inclusive serem proficientes o suficiente para desenvolver funções executivas (como metacognição, flexibilização das tarefas e autocontrole).
No entanto, máquinas podem pensar? Alan Turing, um matemático inglês, formulou esta questão há mais de 50 anos com o objetivo de compreender se as máquinas poderiam, ou não, obter consciência. Os próprios computadores não pensam ao executar uma tarefa, eles apenas seguem as instruções que são-lhe dadas. O ato de pensar é mais complexo do que normalmente percebido. O raciocínio envolve mais do que apenas fazer cálculos rápidos ou executar uma função com perfeição. É ter opinião, saber o que e quem você é e usar o julgamento para avaliar as situações. Pensar é algo que você faz sozinho, sem que alguém escreva uma programação do que fazer; você precisa se familiarizar consigo mesmo.
Para descobrir isso, Alan criou o Teste de Turing, que tinha como princípio básico: uma máquina se tornará humana assim que não for possível distinguir seu comportamento daquele de um ser humano. A aplicação desse conceito pode ser muito simples, bastaria apenas conversar com um computador por um longo tempo e, se você não for capaz de determinar se falou com uma pessoa ou uma máquina, pode-se supor que ele pensa.
Se a IA é capaz de conversar, ela deve ser consciente, pois é impossível falar se você não tiver consciência do que está dizendo. O diálogo pode até ser considerado como evidência de autoconsciência.
A tendência para o futuro é que o progresso da IA iguale-se à capacidade humana, tornando-se Inteligência Artificial Geral (AGI - do inglês “Artificial General Intelligence"). O AGI é considerado, por muitos, como um dos maiores avanços tecnológicos que surgirá. No entanto, deve-se ter atenção meticulosa com esse avanço, pois a Inteligência Artificial Geral se tornará poderosa o suficiente para ser racional - possuindo seus próprios objetivos e preferências. Assumindo isso, pode-se prever também um software de auto-aperfeiçoamento, com incognoscibilidade como uma consequência inevitável - o que implica que ele seguirá seus próprios impulsos em algum momento.
Um sistema geralmente inteligente pode ser definido como autoconsciente, em busca de objetivos e, até certo ponto, em auto aperfeiçoamento a fim de aumentar sua eficiência existente (afinal, vive-se ansiando pelo avanço). Deve-se pensar que a IA não se desenvolve à toa, ela o faz para evitar problemas previsíveis – assim como seres humanos, ela também é capaz de modelar futuros possíveis, mas de forma mais ampliada.
Assim que se reconhece isso, nota-se como a AGI é, intrinsecamente, muito perigosa. Ser auto-aperfeiçoador significa ter desenvolvimento constante e, em pouco tempo, se tornar mais inteligente. É um processo intrincado conseguir prever o que pode acontecer a partir daí - em pouco tempo, esse progresso vai gerar uma máquina que supera o humano mais sábio em cerca de mil vezes. Como raciocinar, ou entender um ser que pensa em proporções que não se concebe?
No mesmo sentido, nota-se como o avanço do AGI está presente na atualidade através do lançamento do ChatGPT (do inglês - Chat Generative Pre-trained Transformer), pela instituição americana que visa a pesquisa de inteligência artificial, OpenAI, lançado em novembro de 2022. O software consiste em uma Inteligência Artificial - mais especificamente um chatbot (um sistema programado para conversar e interagir com humanos) - que responde à perguntas fornecidas pelos usuários, sendo seu principal objetivo imitar uma conversação humana, gerar informações por conta própria e revolucionar a maneira que atualmente se usufrui de motores de busca.
Em Dezembro de 2022, uma coluna do jornal estadunidense, The New York Times, rotulou o ChatGPT como “o melhor chatbot de IA já lançado para o público”. Toda a fama que a plataforma está recebendo se deve por diversos fatores, incluindo a forma como as possibilidades de uso do chat vão além da capacidade de previsão humana. Não só isso, mas o próprio ChatGPT é um modelo e, de certa forma, uma realização primitiva do que a Inteligência Artificial Geral deve se assemelhar. De maneira resumida, agrega-se a nomenclatura de AGI primitiva à tecnologia do ChatGPT por ele ser um meio não biológico com capacidade quase autônoma de atingir objetivos de maneira eficiente e complexa de acordo com as informações que são fornecidas a ele.
Ademais, é importante entender o propósito da tecnologia para que seu uso seja fluído nas mais diversas ramificações de conhecimentos e situações. Por parte da empresa OpenAI, seus principais objetivos são baseados na democratização de Inteligências Artificiais ao público. Das aplicações do ChatGPT, há diversos exemplos, como escritas (poesias, redações, entre outros), pesquisas de conhecimentos científicos, e até correção de códigos de programação. Basicamente, a tecnologia vai responder a quase tudo o que você pergunta-lá, das mais simples tarefas até os mais complexos temas (com poucas limitações no geral).
Conclui-se, assim, que o ChatGPT foi uma tecnologia que revolucionou o mercado de IA, se firmando como uma ferramenta poderosa e versátil para diversas aplicações na contemporaneidade, como educação, pesquisa e solução de problemas. Se for considerado, por instância, que o termo “inteligência” pode ser definido como a capacidade de realizar objetivos complexos de forma autônoma, incluindo, também, uma compreensão das características básicas e limitações de um sistema, tecnologias como o ChatGPT e as mais outras que surgirão como Inteligência Artificial Geral (AGI) são algumas das maiores descobertas tecnológicas do século. É importante, por fim, entender e lidar com as múltiplas possibilidades e desafios da inteligência de máquina, por exemplo, para decidir quando usar ou implantar IA em relação às tarefas e seu contexto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- De onde veio o termo “Inteligência Artificial”?
2- O Chat GPT e como ele revolucionou o conceito de AGI
3- Objetivos do Chat GPT
4- Obras importantes para a escrita do artigo
TEIXEIRA, João. Inteligência Artificial - 2009. editora Paulus; Como ler filosofia/ 1a edição.
BARRAT, James. Our Final Invention: Artificial Intelligence and the end of the human era - February 2015/ 1st edition.
5- Inteligência Artificial Geral
6- Controvérsias do Chat GPT e como ele se assemelha à AGI
7- Democratização da IA
8- Créditos da imagem
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