Já faz 33 anos desde o fim da Guerra Fria, mas ela pode estar mais próxima nos dias de hoje do que imaginamos. Para fazer uma afirmação como essa, é necessário pensar no que foi a Guerra Fria: um conflito político ideológico, ou seja, não houve um contato direto entre as grandes potências globais, além de ter sido uma guerra pela polarização mundial. Assim, há eventos, nos dias atuais, que se assemelham muito com a caracterização apresentada. Com as semelhanças entre os conflitos de antigamente e os dos dias de hoje, vem o questionamento: estamos vivendo uma variante da Guerra Fria ?
A primeira característica que estava presente fortemente na Guerra Fria foi a disputa pela polarização do mundo entre a URSS e os países ocidentais, principalmente os Estados Unidos. Os filmes foram um recurso usado para convencer a população de quem tinha mais poder, por exemplo, os primeiros filmes da saga de 007. Nessa obra, o protagonista James Bond, um espião norte-americano, tem o objetivo de derrotar os vilões do filme, pessoas da União Soviética. Essa película evidencia quem tem mais poder sobre o que está sendo produzido e mostrado.
Além disso, atualmente, grandes potências mundiais também têm esse dever de mostrar o controle de poder sobre as pessoas pelos filmes também. Quantos filmes norte-americanos existem nos quais o vilão principal é um russo ou um asiático? Há inúmeros, por exemplo, Capitão América e o soldado invernal, no qual o vilão principal do filme, soldado invernal, é um russo. Isso é uma outra prova de que podemos estar vivendo em uma guerra fria 2.0: a semelhança de como as nações usam filmes e séries para a doutrinação de seu ponto de vista afirmando que seria o correto, isto é, trata-se de algo bem semelhante à guerra sem contato direto, a meu ver.
Outra característica bem presente na Guerra Fria e que se apresenta bem relevante é como as nações mostram sua soberania umas em relação às outras. Por exemplo, no período do conflito, países como os EUA deram apoio para a Coreia do Sul, além dos eventos como o da corrida espacial. Entretanto, nos dias de hoje, além de ocorrer ajuda econômica de grandes potências em guerras, os países têm uma corrida para as melhorias nas áreas de tecnologia e pesquisa. Ou seja, são notadas duas características que poderiam assemelhar os dias de hoje a uma nova guerra fria.
Ademais, se prestarmos atenção, não houve um confronto direto entre grandes potências na Guerra Fria, bem como também não há confrontos diretos entre grandes nações. Claro, por exemplo, que a Rússia pode estar atacando a Ucrânia, mas os Estados Unidos não estão batalhando contra a Rússia na Ucrânia e sim apenas ajudando com o possível.
Portanto, podemos estar vivendo em uma nova Guerra Fria ou uma variante dela. Isso se conclui pelo fato que ainda temos conflitos políticos, ideológicos, além de ainda termos a tentativa de uma polarização mundial por meio de filmes e guerras entre países, mas o confronto físico nunca é entre as grandes potências. Ou seja, a União Soviética pode ter acabado, mas a Guerra Fria ainda parece continuar.
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