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  • Foto do escritorBeatriz Coelho de Soárez

Nos preparamos para um futuro inexistente: a superpopulação humana

Superpopulação: o conceito


É dito que alguma espécie tenha alcançado a “superpopulação” quando a quantidade de indivíduos aumenta de modo que começa a causar desequilíbrios no ecossistema a ponto de prejudicar a sobrevivência de outros seres vivos. Se você pesquisasse o significado de “ser-humano” não receberia uma definição mais exata que isso.

Todos nós temos conhecimento global que o homem, em um período de tempo consideravelmente curto, completamente dominou o planeta. Mas às vezes o tamanho de tal feito não é realmente compreendido. Há 80 anos, por meados da década de 1950, havia 2,5 bilhões de habitantes no planeta - atualmente esse número passa de 7,7 bilhões.

As previsões atuais da ONU são que, mesmo com uma diminuição do crescimento populacional nos últimos anos, seremos cerca de 11 bilhões no final do século. Somente a partir desse ponto que os números se estabelecerão e começarão a diminuir. Quer dizer, se nossa espécie ainda existir para ver esse dia.




Como conseguimos tanta gente?

Há dois jeitos que podemos olhar para esse feito de quase triplicar a quantidade de habitantes em menos de um século. Mas em geral, tudo se relaciona à economia (como a maioria das coisas tendem a fazer).

Dados mostram que países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento normalmente possuem uma taxa de natalidade alta, principalmente pela dificuldade de planejamento familiares, ou acesso à prevenção para gravidezes indesejáveis. Esse conceito muda quando um país se desenvolve, quando a expectativa de vida já é de 80 anos, onde as pessoas vivem com qualidade de vida maior, e de maior duração, o que apenas começa a impactar o número total de habitantes por volta de duas gerações depois.




Super consumismo: o conceito

Nas últimas décadas, principalmente com a nova fase do capitalismo de consumo, houve o início da cultura de super consumo da sociedade contemporânea. “É uma corrida pelo bem-estar individual, através do consumo hedonista e a busca infinda pela feicidade”, escrevem Ana Maria Foguessato e Daniel Rubens Cenci em seu artigo A sociedade do hiperconsumo e as implicações para a sustentabilidade nas cidades.

Nosso cotidiano de compras e consumismo em excesso tem origem no desenvolvimento do mundo global. Também tem relação com o crescimento da população em grandes cidades e áreas urbanas, já que se torna mais prático para o humano consumir produtos industrializados.

Estudos comprovaram o relacionamento entre o super consumo e os sentimentos de felicidade e satisfação pessoal. Devido ao materialismo, “o dinheiro é visto como algo superior ao bem da vida” (Foguessato e Cenci) e por isso o poder de compra é tão ostentado.


O impacto no planeta

E por conta desse número elevado de humanos coexistindo, cientistas e especialistas se preocupam com as consequências na Terra se continuarmos com os padrões de vida de superpopulação e super consumo que existem na sociedade moderna. Em poucas palavras: estamos destruindo nosso planeta.

Especificamente quando se fala da exaustão, escassez e consumo insustentável de recursos naturais não-renováveis, um dos problemas mais sérios é relacionado a geração de resíduos e o descarte executado incorretamente . “Atualmente são gerados 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos”, escrevem especialistas da ECO Response, empresa de sustentabilidade, “o que corresponde a uma média de 1,2 kg por pessoa/dia”.

O artigo Como a superpopulação está ligada aos problemas de geração de resíduos? também elabora que cerca de metade desses números são gerados por 15% dos países mais desenvolvidos no mundo.Infelizmente, quanto mais um país se desenvolve e enriquece, a quantidade de resíduos orgânicos despenca, e a quantidade de embalagens plásticas, metais, vidros e papéis somente continua a crescer.

Ou seja, a maioria destes resíduos, não são apenas aquele papel que você deixou cair na rua (mesmo que isso não seja bom para o sistema de esgoto da sua cidade). Os maiores produtores de resíduos são grandes empresas, fábricas e nomes capitalistas.

Essas entidades produzem sem nenhum tipo de fiscalização, atropelando negócios pequenos e regionais, tudo em nome da fabricação rápida e em série, causando danos irreparáveis para o meio ambiente. “O que assusta é o fato da geração de resíduos, consequente demanda de recursos naturais e descarte incorreto aumentar muito mais rápido que o crescimento da população”, continua a ECO Response.

Os resíduos descartados incorretamente não são a única preocupação; a forma que o humano maltrata o delicado sistema do meio ambiente mundial traz consequências assustadoras. Por exemplo, a destruição de metade das terras antes habitadas por florestas - ação que provoca seus próprios problemas, como a falta de regulamento do clima mundial, aquecimento global, poluição atmosférica, extinção de outras espécies em massa, erosões graves e muito mais.

Recomendo a leitura da matéria Superpopulação e super consumismo, nossa triste realidade, de João Lara Mesquita. Consta com uma sessão chamada de “fotógrafos em ação”, onde há várias fotografias dos resultados da superpopulação e super consumismo no planeta (como morros carecas, onda trash e muito mais). Acesse pelo link: https://marsemfim.com.br/a-realidade-da-superpopulacao-versus-superconsumismo-em-fotos/

Consequências sociais

Não é só o meio ambiente que sofre. A superpopulação é diretamente proporcional à qualidade de vida. Acontecimentos como “ondas imobiliárias” - moradias seguidas de moradias, numa proporção de milhares de metros quadrados - passam a ser mais comuns.

Problemas de saúde também são interligados com a péssima qualidade de vida causada pela superpopulação (questões de saúde mental, que piora por conta do estresse e correria da vida em cidades). Outra ocasião são os encontros não pacíficos de diferentes culturas, impossíveis de coabitação.

Não digo que a solução seja o isolamento, mas a situação atual de megacidades com mais de 10 milhões de habitantes não é algo sustentável em longo termo.

Ou seja, um dia teremos gente demais

Como Mariana Barros bem coloca em seu artigo sobre o assunto na Revista Veja, “embora não dê para estimar o máximo de pessoas que cabem no planeta, sabemos que os recursos que temos por aqui são limitados.”

Ou seja, se continuarmos no ritmo atual, só há um futuro: escassez. E não de materiais para construção de itens para nosso conforto (como já acontece para a produção em massa para celulares e iPads, por exemplo), mas de itens básicos como água, alimento, moradia, energia elétrica etc.

Atualmente, um grande número de pessoas já se encontra nessa situação. Lentamente, percebemos mais vítimas e refugiados relacionados a crises ambientais, além da pobreza consequente. As estimativas indicam que a parcela da população nessa situação só vai crescer nas próximas décadas.

Não é sustentável o modo que nossa sociedade continua a crescer, e no final algo precisa ceder. Tantos humanos em um lugar só é uma receita para o desastre, seja por conta da acentuação da problemática ambiental, ou por conflitos entre nossa própria com consequências a todos os seres vivos do planeta.

É preciso com urgência a estabilização populacional, ao invés do crescimento desproporcional que está previsto. Isso é alcançado, principalmente, com conscientização de métodos contraceptivos e o controle da natalidade. Além disso, é necessário a utilização de tecnologias sustentáveis, e incentivar o consumo moderado, sem desperdícios e produção em massa. Se cuidarmos do nosso planeta, conseguiremos alcançar o próximo século e ver se as previsões feitas para nossa sociedade irão se concretizar, ou não.



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