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Foto do escritorThomas Finger

500 GALÁXIAS DE MICROPLÁSTICOS NO MAR: Uma breve passagem de seus impactos na natureza e sociedade

Um dos fatores mais importantes de nossa existência é o meio em que obtemos alimentos, assim entra a questão da cadeia alimentar. A cadeia alimentar é um ciclo natural que se refere às relações alimentícias em um determinado ecossistema, e pode ser dividido em três níveis tróficos, produtores, consumidores e decompositores, como é demonstrado na imagem 1.



Esta imagem foi retirada do site <https://www.todamateria.com.br/cadeia-alimentar/>

Os produtores consistem em seres vivos autótrofos (fotossintetizantes ou quimiossintetizantes),que servem como base para a cadeia alimentar. Alguns exemplos incluem as plantas, cianófitas (algas azuis e verdes) e certas bactérias;

Os consumidores são seres heterótrofos (não conseguem produzir o próprio alimento), assim, estes precisam consumir outros seres vivos para obter energia. Esse nível trófico inclui todos os animais. No entanto, sabe-se que alguns animais se alimentam de outros animais, sendo assim, este nível trófico é dividido em algumas subcategorias:


1- Consumidores Primários, que se alimentam quase inteiramente de produtores, no caso, animais herbívoros.

2- Consumidores Secundários, que se alimentam dos consumidores primários, no caso, carnívoros/onívoros, e obtêm energia através de outros animais, no caso, os Consumidores Primários.

3- Consumidores Terciários são animais carnívoros/onívoros que se alimentam dos Consumidores Secundários. E assim por diante.


Por último, os Decompositores, que são os responsáveis por decompor os seres vivos após seu ciclo de vida e pela decomposição de qualquer ser vivo. São incluídos neste grupo alguns fungos e bactérias, e não têm um lugar fixo na cadeia alimentar.


No entanto, a dúvida que esse artigo provavelmente lhe trará seria, como uma cadeia alimentar pode se contaminar?


É simples, se certa planta ou animal, estiver infectada, com bactéria ou com algum resíduo, e esta for ingerida por um animal, este estará infectado com a bactéria ou resíduo presente no nível trófico anterior, e assim segue para o resto da cadeia alimentar. Que é o caso dos microplásticos como resíduo. Esse processo pode ser chamado também de bioacumulação.


Para conseguir compreender melhor este conceito, iremos analisar uma cadeia alimentar marinha, exposta pela imagem 2.


Imagem 2: Níveis tróficos de uma cadeia alimentar marinha: Produtor - fitoplâncton; Consumidor Primário - Zooplâncton (como crustáceos); Consumidor Secundário - Peixes pequenos (neste grupo também pode-se incluir os crustáceos que não estão expostos na imagem); Consumidor Terciário - Peixes maiores que se alimentam de peixes menos; Consumidor Quaternário - Tubarão: Esta imagem pode ser encontrada no site <https://www.todamateria.com.br/cadeia-alimentar/>

A contaminação de uma cadeia alimentar marinha começa quando o microplástico fica preso em uma alga, e um camarão (zooplâncton) ingere a planta, logo, se infecta. A partir desse momento, todos os outros seres vivos dessa cadeia alimentar estão propícios a se infectar com o este resíduo. Através do transporte desse resíduo pela cadeia alimentar, surge a possibilidade do ser humano se contaminar. Desta forma, muitas vezes quando vamos comer algum peixe ou fruto do mar, temos que verificar se são limpos ou se tem origem em águas poluídas. O efeito que os microplásticos podem ter sobre os seres humanos é ainda desconhecido, no entanto, a presença de compostos tóxicos nos microplásticos, como aditivos, estabilizadores, entre outros produtos químicos, são prejudiciais ao homem.


No entanto, essa é apenas uma das formas que os microplásticos podem nos afetar. Um microplástico é qualquer partícula ou pedaço de material polimérico, normalmente derivado do petróleo, com menos de 5mm. É importante notar que existem, principalmente, duas categorias de microplásticos.


Os microplásticos primários, que compõem cerca de 15% a 30% dos microplásticos nos oceanos, são aqueles com origem na lavagem de roupas sintéticas, desgaste de pneus, entre outros. Esses plásticos já são liberados ao meio ambiente em formato de microplásticos.


Já os microplásticos secundários são o exemplo de derivados mais comum, que têm origem no desgaste de garrafas e sacos plásticos entre outros materiais plásticos, representando cerca de 60% - 80% dos microplásticos no oceano. A principal questão seria que a quantidade de microplásticos no oceano está crescente. Segundo o relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas em 2017, já se tem 51 bilhões de partículas de microplásticos no mar, que é equivalente a cerca de 500 vezes o número de estrelas na nossa galáxia.


Soluções viáveis para esse problema já vêm sendo desenvolvidas, com plásticos biodegradáveis, banimento de itens descartáveis e tecidos feitos de fibras naturais. O Instituto Fraunhofer para Tecnologia Ambiental, na Alemanha, calculou que, no país, cada indivíduo é responsável pela liberação de 5,4 quilos de microplásticos, em ações como desgaste de pneus, do asfalto e descarte de resíduos, entre outros meios. Portanto, fica evidente que, para solucionar esta crise, é necessário uma mudança de hábitos e instrumentos. De repente evitando fazer compras em lojas que usam materiais plásticos, ou evitar o uso de garrafas plásticas.


No entanto, a mudança de hábito não é suficiente. Pois mesmo se fosse erradicada totalmente a emissão de microplásticos, ainda é necessário retirar todas as bilhões de partículas restantes no mundo. Já estão sendo feitas pesquisas sobre a retirada de microplásticos dos oceanos e do meio ambiente. Contudo, não existem ainda as tecnologias necessárias para retirar estes resíduos de uma forma sustentável e acessível aos países.


Portanto, a ação é urgente e a ciência é necessária para resolver essa crise. Ainda há muito trabalho para acabarmos com os resíduos de microplásticos.



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